Simbolismo

 Na Europa, por volta de 1870, as ciências positivistas e materialistas vão perdendo terreno, vão se tornando impotentes. Surge, então, uma nova forma de encarar o mundo. Há uma conscientização de que o positivismo e o materialismo já não podem mais explicar os “mistérios” da realidade. Ao lado dos valores materiais retornam as verdades espirituais adormecidas: a Fé, as verdades do sentimento e do inconsciente. A última década do século XIX caracteriza-se pelo triunfo do espiritualismo, do nacionalismo e do individualismo sobre o materialismo e o positivismo.

 O Simbolismo corresponde, na Arte, a este movimento de ideias que se opõe ao objetivismo realista.

O Simbolismo, corrente literária (mais especificamente poética) que se afirma entre 1890 e 1915, definem-se por um conjunto de aspectos variáveis de autor para autor. Há quem defina o simbolismo como uma busca obstinada da verdade metafísica que tem como instrumento de descoberta o símbolo.

Diz Mallarmé – mestre do Simbolismo francês – que os parnasianos buscam descrever as coisas, enquanto que o sonho está em sugeri-las. A visão simbolista consiste no envolvimento entre o eu e as coisas. Essa misteriosa relação entre o estado de espírito do poeta e o mundo não pode ser descrita, apenas sugerida.

Origem

O Simbolismo nasceu na França e teve como os mais autênticos representantes Mallamé e Verlaine. Esses poetas abandonam os princípios da escola realista e parnasiana e dedicam-se ao “culto do etéreo, do subjetivo, do obscuro, do vago, do sugestivo”; rejeitam o mito da precisão descritiva; para eles, a palavra poética deve antes sugerir que dominar.

Pré-simbolismo

  • Sob a influência de Baudelaire, a partir de 1866, é possível falar de um pré-Simbolismo em Portugal:
  • Folhetins em prosa poética publicados por Eça de Queirós e depois reunidos sobre o título Prosas Bárbaras;
  • A poesia Responso (1874), de Cesário Verde;
  • Quatro sonetos de Gomes Leal, O visionário ou som e cor, no livro Claridades do Sul (1875);
  • as Líricas e Bucólicas (1884), de Antônio Feijó.


Coube a Eugênio de Castro a introdução do Simbolismo em Portugal, com o lançamento de Oaristos – coletânea de poemas, prefaciado pelo autor.


As primeiras manifestações em favor dessa nova corrente em Portugal ligam-se a duas revistas coimbrãs rivais: Os Insubmissos e Boêmia Nova (1889).
O movimento simbolista estendeu-se até 1915, ano que marca o inicio do Modernismo em Portugal.