Características

A literatura simbolista surgiu, em parte, como reação ao espírito racionalista e cientificista do Realismo-Naturalismo e do Parnasianismo. Nesse sentido, seguindo correntes filosóficas e artísticas de sua época, negou o poder absoluto de explicação do mundo que se atribuía àquele espírito, fundamentando sua arte na rejeição do racionalismo e do cientificismo.

O espiritismo funcionava, assim, como forma de abordagem de um mundo que se supunha existir para além da realidade visível e concreta. No Brasil, o vocabulário litúrgico (isto é, repleto de referências a celebrações religiosas) foi largamente usado como expressão dessa espiritualidade.

Os objetos, as figuras humanas, enfim toda a realidade era focalizada através de imagens vagas e imprecisas, que propositadamente dificultavam sua compreensão e interpretação.

A inovação na combinação de expressões conhecidas conduziu naturalmente os simbolistas à criação de neologismos, isto é, novas palavras.

Os procedimentos técnicos mais ligados ao Simbolismo são a sinestesia e a musicalidade. A sinestesia corresponde à mistura de sensações, provocada exatamente para acionar no leitor uma série de sentidos: "Tardes como músicas de violinos” (Emiliano Perneta).

A musicalidade é obtida com a exploração da camada sonora dos vocábulos. A poesia desenvolveu, desde o final da época trovadoresca, formas particulares de obtenção da sonoridade, que sempre foram utilizadas.

A musicalidade está presente na estética simbolista em dois procedimentos básicos: a aliteração (repetição de consoantes: "Fujamos flor! à flor destes floridos fenos. "- Eugênio de Castro) e a assonância (repetição de vogais: "amarguras do fundo das sepulturas"- Cruz e Souza) .